Para os filósofos gregos, movimento era qualquer alteração da realidade, seja ela qual for. Sistematizando esse pensamento, o filosofo Aristóteles construiu o que ficou conhecido como teoria das quatro causas. Sendo esta, uma tentativa de explicação para o problema do movimento, uma concepção metafísica para explicar os fenômenos naturais e humanos.
Marina Chauí segue o caminho filosófico e procura analisar e explicar o que realmente se define por ideologia. Segundo a escritora a ideologia é um instrumento da dominação de classes e uma das principais formas de luta entre elas. Ela é, também, um dos meios utilizados para efeito de dominação, mas de uma forma quase sempre imperceptível, uma vez que o conceito é utilizado por pessoas com um nível de instrução elevado. Um dos traços da ideologia é tomar as idéias como independentes da realidade teórica e histórica, de tal modo a fazer com que estas, expliquem aquela realidade, quando na verdade é a realidade que as explica.
O ideólogo seria então, aquele que inverte as relações entre idéias e o real. Assim, a realidade se torna um processo temporal, e esse processo depende do modo como homens se relacionam entre si com a natureza. As relações sociais são constituídas por uma cadeia de tais relacionamentos e, com isso, a autora propõe que as relações sociais devem ser encaradas como um processo histórico. A história é o movimento pelo qual os homens instauram um modo de sociabilidade e procuram fixá-lo em instituições determinadas, produzindo idéias que buscam explicar e entender a vida. No entanto, essas idéias tendem a esconder dos homens o modo real de como suas relações sociais forma iniciadas. Esse ocultamento da realidade é diferido como ideologia.
Dentre as análises, idéias e teorias forma inseridas e explicadas. Para Comte, por exemplo, ideologia é sinônimo de teoria, sendo ela uma organização sistemática de todo conhecimento científico. Já Marx, defendia que ideologia é o resultado da divisão do trabalho manual/material com o trabalho espiritual/intelectual. Através da sociologia de Emelie Durkheim, a burguesia transforma em idéia cientifica as classes sociais, estudando elas como um fato e não como resultado da ação dos homens. Esta, através de seus intelectuais, irá produzir idéias que confirmem essa alienação fazendo, por exemplo, que homens creiam que são desiguais por natureza ou por talento, ou por próprio desejo.
Em suma, em seu livro, Marilena expõe suas idéias e frutos de estudos, numa mistura de quebra de padrões e afirmação do já exposto e analisado pro grandes filósofos e estudiosos. Procura explicar o que realmente se define por ideologia, uma vez que o termo é cada vez mais utilizado, porém não muito difundido.
